EU SOU EU
MAS TAMBÉM SOU
GATO
PATO
E MATO
NÓS SOMOS O UNIVERSO
E O UNIVERSO É NÓS
MAS TAMBÉM SOU
GATO
PATO
E MATO
NÓS SOMOS O UNIVERSO
E O UNIVERSO É NÓS
Frustração
— Guria! Foi quando vocês tinham uns 7 anos!
Tais palavras de sua mãe vieram-lhe a mente naquele momento! A melhor colega, já muito amiga, discursava para a turma certas noções de lingüística. A parte que lhe cabia ficou num suspenso e pesado silêncio por toda a sala de aula. Ninguém! Simplesmente! Conseguira compreender suas palavras.
Um nó de sufoco surgiu na garganta, desestabilizando toda a parte orgânica responsável pela fala... como se isso não acontecesse freqüentemente! Lutou contra as próprias forças que exigiam que ela chorasse… não! Não poderia chorar! Iria ficar um clima ainda mais ruim, dificultando a fala da colega amiga.
— Guria! Foi quando vocês tinham mais ou menos uns 7 anos!
Num misto de raiva e frustração, após as apresentações da aula, balbuciou baixo, após a seguinte pergunta: O que houve, Jeane?
— Professora! Eu sou gaga!
Não conseguiu evitar que os olhos ficassem úmidos, mas ouviu a indicação de uma fonoaudióloga, numa fala gentil e compreensiva. Logo depois, chegou a vez dos colegas:
— Não desiste, Jeane!
— Olha, eu tenho uma irmã que está jogada em cima de uma cama, quase sem poder se mexer, porque não se esforçou.
Engoliu seco! Sabia que tinha colegas maravilhosos, que não iriam desampará-la numa hora destas. Mas o problema estava ali! Acompanhando sua vida… incessantemente…
— Guria! Foi quando vocês tinham uns 7 anos!
Não! A mãe estava errada! Quando nasceu para a vida consciente, pelo meio dos cinco anos, já gaguejava! Não poderia esquecer! E assim ficou enclausurada dentro de si mesma, com medo de falar para não ser alvo de chacotas e risadas. A irmã também era assim e, além do fato de serem gêmeas, isso as aproximou ainda mais. Identificavam-se!
A parada do ônibus estava fria! Era inverno! Os colegas continuavam falando, encorajando... a mãe também era gaga, mas as pessoas não notavam por sua fala ser mais rápida do que repetitiva ou bloqueada. Três parentes na família da mãe também assim eram! Seria genético? O fato é que a família não tinha recursos para pagar um atendimento especializado… quando procurou atendimento gratuito desistiu, a fila de espera era grande e, quando se conseguia, era difícil dar continuidade. Quando chegou em casa a tormenta íntima acabou desabando!
Eu queria ser escritora! Entrei no curso só para aprimorar a escrita! Por que acabei gostando do curso como um todo? E num desabafo de cansaço, depois do novo encorajamento por parte da família, saiu da boca um longo suspiro:
— Por que somos gagas?
E num último suspiro…
— Por que sou gaga?
O Sarau
Como não é fácil os relacionamentos sociais, íntimos ou os dois juntos! Cada ser humano carrega em si um universo de idéias, pensamentos, emoções, não é capaz de se conhecer completamente... tampouco um conhecer tão bem o outro... mas, mesmo assim, só existimos em conjunto.
Para mim sempre foi difícil fazer amigos, colegas, porque a fala é essencial para isso e sou gaga. Sendo assim, sou tímida, acanhada, mas surpreendi-me comigo mesma ao iniciar minha trajetória profissional. Na sala de aula sou outra pessoa, comunicativa, aberta e encarando meu problema de frente, tanto que meus alunos não caçoam disso.
Lembro que no início na minha experiência profissional a escola tinha dois ambientes bem distintos para mim: a sala de aula e a sala dos professores. Em cada um desses ambientes eu me comportava de forma diferente. Em aula expansiva, com os colegas tímida. Não tinha receios de revelar meu problema de fala com meus alunos, mas sim, e muito, com meus colegas.
Acabou acontecendo um fato que acontecia na minha vida particular. Mesmo não querendo, muitas vezes a vida profissional e a vida particular se entrelaçam. Como sou mais ouvinte do que falante fora da sala de aula, algumas pessoas costumam se aproximar de mim espontaneamente porque tenho um jeito simpático, apesar da timidez, e muitas vezes as pessoas necessitam ser mais ouvidas.
Pois bem! Uma de minhas colegas, da mesma área, estava responsável por organizar uma revista da escola e, como muitos professores não ajudavam com a desculpa de suas altas cargas horárias, ela estava decepcionada. Veio puxar conversa comigo e, lógico, pedir ajuda. Tal fato considero muito importante na minha vida profissional e pessoal, pois foi através da Ana que comecei a me relacionar melhor com todos os colegas de trabalho. Ajudei na elaboração do jornal, juntamente com alguns colegas que também se proporam a isso. O trabalho em conjunto aproxima pessoas e, infelizmente, na escola, trabalhos assim com mais freqüência, interdisciplinares, ainda são praticamente um sonho.
Depois da elaboração da revista, Ana convidou-me para participar de um Sarau que seria realizado na escola, planejado pela Secretaria Municipal de Educação. O que eu não sabia era de uma tarefa pensada por ela: uma poeta da comunidade e eu apresentar o Sarau. Foi algo que me deixou feliz e nervosa ao mesmo tempo; e seu eu gaguejasse bastante ao ponto das pessoas não me entenderem? Felizmente, isso não aconteceu! Senti-me motivada para compartilhar da apresentação do Sarau com a sua abertura, nas palavras da Ritinha. A poeta, depois de alguns comentários preliminares, leu a linda Oração de são Francisco, isso me deixou comovida, pois eventos assim, dentro da escola num fim de semana, podem contribuir para a mudança da violência e individualismo que caracterizam a sociedade.
A então Secretária de Educação gostou tanto do Sarau que deu a idéia de dar continuidade a ele, na escola, uma vez por mês. Aconteceram, assim, muitos Saraus na escola em que eu participei e compartilhei as apresentações e organização, com a preciosa participação do Clube Literário de Gravataí, na presença do poeta Borges e tantos outros poetas e escritores, de alguns poucos amados e interessados alunos que participaram.
O Sarau daquele dia foi um marco muito importante na minha vida pessoal e profissional, pois retomei o contato maravilhoso com poetas e escritores que tinha tido em Rio Grande, na minha cidade natal, com a Casa do Poeta Brasileiro no Cassino, onde fiz amizades preciosas, bem como com o aprender a declamar, no CTG Farroupilha.
Diante desses acontecimentos, bem como de tantos outros, tenho a idéia de que a sabedoria reside no aprender em conjunto, que não seria hoje uma pessoa melhor sem o contato com colegas e alunos, que somos todos humanidade e natureza.
Como não é fácil os relacionamentos sociais, íntimos ou os dois juntos! Cada ser humano carrega em si um universo de idéias, pensamentos, emoções, não é capaz de se conhecer completamente... tampouco um conhecer tão bem o outro... mas, mesmo assim, só existimos em conjunto.
Para mim sempre foi difícil fazer amigos, colegas, porque a fala é essencial para isso e sou gaga. Sendo assim, sou tímida, acanhada, mas surpreendi-me comigo mesma ao iniciar minha trajetória profissional. Na sala de aula sou outra pessoa, comunicativa, aberta e encarando meu problema de frente, tanto que meus alunos não caçoam disso.
Lembro que no início na minha experiência profissional a escola tinha dois ambientes bem distintos para mim: a sala de aula e a sala dos professores. Em cada um desses ambientes eu me comportava de forma diferente. Em aula expansiva, com os colegas tímida. Não tinha receios de revelar meu problema de fala com meus alunos, mas sim, e muito, com meus colegas.
Acabou acontecendo um fato que acontecia na minha vida particular. Mesmo não querendo, muitas vezes a vida profissional e a vida particular se entrelaçam. Como sou mais ouvinte do que falante fora da sala de aula, algumas pessoas costumam se aproximar de mim espontaneamente porque tenho um jeito simpático, apesar da timidez, e muitas vezes as pessoas necessitam ser mais ouvidas.
Pois bem! Uma de minhas colegas, da mesma área, estava responsável por organizar uma revista da escola e, como muitos professores não ajudavam com a desculpa de suas altas cargas horárias, ela estava decepcionada. Veio puxar conversa comigo e, lógico, pedir ajuda. Tal fato considero muito importante na minha vida profissional e pessoal, pois foi através da Ana que comecei a me relacionar melhor com todos os colegas de trabalho. Ajudei na elaboração do jornal, juntamente com alguns colegas que também se proporam a isso. O trabalho em conjunto aproxima pessoas e, infelizmente, na escola, trabalhos assim com mais freqüência, interdisciplinares, ainda são praticamente um sonho.
Depois da elaboração da revista, Ana convidou-me para participar de um Sarau que seria realizado na escola, planejado pela Secretaria Municipal de Educação. O que eu não sabia era de uma tarefa pensada por ela: uma poeta da comunidade e eu apresentar o Sarau. Foi algo que me deixou feliz e nervosa ao mesmo tempo; e seu eu gaguejasse bastante ao ponto das pessoas não me entenderem? Felizmente, isso não aconteceu! Senti-me motivada para compartilhar da apresentação do Sarau com a sua abertura, nas palavras da Ritinha. A poeta, depois de alguns comentários preliminares, leu a linda Oração de são Francisco, isso me deixou comovida, pois eventos assim, dentro da escola num fim de semana, podem contribuir para a mudança da violência e individualismo que caracterizam a sociedade.
A então Secretária de Educação gostou tanto do Sarau que deu a idéia de dar continuidade a ele, na escola, uma vez por mês. Aconteceram, assim, muitos Saraus na escola em que eu participei e compartilhei as apresentações e organização, com a preciosa participação do Clube Literário de Gravataí, na presença do poeta Borges e tantos outros poetas e escritores, de alguns poucos amados e interessados alunos que participaram.
O Sarau daquele dia foi um marco muito importante na minha vida pessoal e profissional, pois retomei o contato maravilhoso com poetas e escritores que tinha tido em Rio Grande, na minha cidade natal, com a Casa do Poeta Brasileiro no Cassino, onde fiz amizades preciosas, bem como com o aprender a declamar, no CTG Farroupilha.
Diante desses acontecimentos, bem como de tantos outros, tenho a idéia de que a sabedoria reside no aprender em conjunto, que não seria hoje uma pessoa melhor sem o contato com colegas e alunos, que somos todos humanidade e natureza.
O Dia
Da grande sala, através de uma pequena janela retangular no alto da parede, podia avistar uma das tantas salas um pouco menores do prédio. Não era qualquer sala, esta. Era a sala do pior dia da semana!
Passava o copo de café de uma mão para a outra, apesar de não ser ambidestra, como que querendo espantar da alma um mau presságio. Deu outra olhadela para a tal sala, o líquido escuro parou no meio da garganta… tossiu! Pensou que o café seria uma solução para ficar, além de mais ativa e alerta, confiante. Por esta razão, decidiu continuar tomando. Outra olhadela! Associou a alta temperatura do líquido com um embate acalorado de sentimentos, de idéias, de contrafeitas… desistiu de tomar o resto, dirigindo-se até uma pia no fundo da grande sala, despejando o restante do líquido escuro e lavando o copo, pondo-o onde estava anteriormente. Sentou novamente. Inspirou profundamente… o ar enchendo os pulmões… expirou lentamente… sensação divina… maravilhosa… calmante… pouco durou! O sinal bateu! Martírio embrionário! Pegou o material como se fosse um escudo, enfim iria para a arena, não tinha como evitar! Subiu as escadas lentamente, não podia fugir! Martírio fetal! Olhou o alto da escada e uma das alunas de uma outra turma esclareceu:
— Professora, Deus está com a senhora! Como um relâmpago claro, mas bem breve, passou pela sua mente “Por que esta aluna falou isso? Não é religiosa!” Adentrou a sala em meio aos olhares apagados de praticamente fim de ano letivo dos alunos. Como a vida era dura em certos momentos! Continuava na luta para tornar as aulas mais agradáveis, para conquistar a afeição da turma, mas era tarefa muito difícil! Nos comentários e debates não conseguia fazer com que os alunos falassem um de cada vez, tornando as reflexões pouco significativas. Para lerem era um sacrifício! Tentou trabalhar com música, mas não paravam para ouvir, nem mesmo músicas do momento.
Logo o embate começou! O mais terrível de todos insistiu para botar a classe no meio da porta da sala, estava um calor sufocante! Tentou dissuadi-lo, inutilmente. Era fim de ano, não quis criar mais tensões, deixou que ele ficasse. A turma nas conversas altas, insuportáveis, gritou, nada adiantou.
Dali a pouco a Vice-Diretora passou pelo corredor, olhou para o interior da sala naquele tumulto. Com voz autoritária pediu para o pior aluno botar a classe para dentro da sala, o olhar acusador para ela, a professora. Martírio nascido! Quanta vergonha! Uma professora sem domínio de classe, com um bando de adolescentes esperando e implorando por limites que ela não sabia dar. Não agüentou tanto mais tempo, levou o pior de todos para a direção. A Vice olhou com raiva aquele guri mais uma vez, quase gritando:
— Também! Deixando ele na porta da sala e... interrompeu suas palavras, fez um gesto com as mãos para que ela se retirasse, sabia que estava se excedendo. Voltou para a sala derrotada! Encontrou os outros alunos bem calmos, assustados. Por que não fez como os colegas, mandando para a direção os casos mais problemáticos desde o início do ano? Mas não! Não queria excluir aluno!
Afinal! Como fazer se impor sem exclusões? Como tornar as aulas mais divertidas? Suspirou! Ainda tinha muito o que aprender! Teria de deixar a timidez de lado e trocar idéias com os colegas, continuar inventando e reinventando, impor-se até mesmo com a direção.
Suspirou novamente! Sabia que a batalha jamais acabaria!
Sabia que anjos existiam, que tentavam ajudar. A falta de segurança e fé em si mesma inutilizaram o aviso para a mudança.
Mais um aprendizado!
Confiança e trabalho para ouvir os anjos em meio aos demônios!
Da grande sala, através de uma pequena janela retangular no alto da parede, podia avistar uma das tantas salas um pouco menores do prédio. Não era qualquer sala, esta. Era a sala do pior dia da semana!
Passava o copo de café de uma mão para a outra, apesar de não ser ambidestra, como que querendo espantar da alma um mau presságio. Deu outra olhadela para a tal sala, o líquido escuro parou no meio da garganta… tossiu! Pensou que o café seria uma solução para ficar, além de mais ativa e alerta, confiante. Por esta razão, decidiu continuar tomando. Outra olhadela! Associou a alta temperatura do líquido com um embate acalorado de sentimentos, de idéias, de contrafeitas… desistiu de tomar o resto, dirigindo-se até uma pia no fundo da grande sala, despejando o restante do líquido escuro e lavando o copo, pondo-o onde estava anteriormente. Sentou novamente. Inspirou profundamente… o ar enchendo os pulmões… expirou lentamente… sensação divina… maravilhosa… calmante… pouco durou! O sinal bateu! Martírio embrionário! Pegou o material como se fosse um escudo, enfim iria para a arena, não tinha como evitar! Subiu as escadas lentamente, não podia fugir! Martírio fetal! Olhou o alto da escada e uma das alunas de uma outra turma esclareceu:
— Professora, Deus está com a senhora! Como um relâmpago claro, mas bem breve, passou pela sua mente “Por que esta aluna falou isso? Não é religiosa!” Adentrou a sala em meio aos olhares apagados de praticamente fim de ano letivo dos alunos. Como a vida era dura em certos momentos! Continuava na luta para tornar as aulas mais agradáveis, para conquistar a afeição da turma, mas era tarefa muito difícil! Nos comentários e debates não conseguia fazer com que os alunos falassem um de cada vez, tornando as reflexões pouco significativas. Para lerem era um sacrifício! Tentou trabalhar com música, mas não paravam para ouvir, nem mesmo músicas do momento.
Logo o embate começou! O mais terrível de todos insistiu para botar a classe no meio da porta da sala, estava um calor sufocante! Tentou dissuadi-lo, inutilmente. Era fim de ano, não quis criar mais tensões, deixou que ele ficasse. A turma nas conversas altas, insuportáveis, gritou, nada adiantou.
Dali a pouco a Vice-Diretora passou pelo corredor, olhou para o interior da sala naquele tumulto. Com voz autoritária pediu para o pior aluno botar a classe para dentro da sala, o olhar acusador para ela, a professora. Martírio nascido! Quanta vergonha! Uma professora sem domínio de classe, com um bando de adolescentes esperando e implorando por limites que ela não sabia dar. Não agüentou tanto mais tempo, levou o pior de todos para a direção. A Vice olhou com raiva aquele guri mais uma vez, quase gritando:
— Também! Deixando ele na porta da sala e... interrompeu suas palavras, fez um gesto com as mãos para que ela se retirasse, sabia que estava se excedendo. Voltou para a sala derrotada! Encontrou os outros alunos bem calmos, assustados. Por que não fez como os colegas, mandando para a direção os casos mais problemáticos desde o início do ano? Mas não! Não queria excluir aluno!
Afinal! Como fazer se impor sem exclusões? Como tornar as aulas mais divertidas? Suspirou! Ainda tinha muito o que aprender! Teria de deixar a timidez de lado e trocar idéias com os colegas, continuar inventando e reinventando, impor-se até mesmo com a direção.
Suspirou novamente! Sabia que a batalha jamais acabaria!
Sabia que anjos existiam, que tentavam ajudar. A falta de segurança e fé em si mesma inutilizaram o aviso para a mudança.
Mais um aprendizado!
Confiança e trabalho para ouvir os anjos em meio aos demônios!
Início e Fim
Fui criada no meio das galinhas e patos e plantas e árvores... a manifestação da natureza externa também ficou interna!
Fui criada no meio do povo, do trabalhar e do pouco ganhar, dos colegas que chegavam na escola com fome e dela saíam sem.
Fui criada no meio de lares em que mulheres trabalhavam em casa e os homens fora.
Gostei muito de trabalhar na Escola Técnica Agropecuária Visconde, em São Leopoldo, na Feitoria. Lá fiquei por menos de um mês, mas no painel da experiência docente e de vida, lá permanecerei para sempre!
Escola linda, rodeada de natureza por todos os lados! Alunos internos, com estudos anteriores fracos, mas fortes na questão da terra, e por ela seriam fortes nos estudos. Alunos que declamavam! Através deles voltei a declamar. Aulas inesquecíveis! A gramática e a declamatória, palmas e palavras.
Amarga opção! Permanecer no contrato ou ir ao encontro da nomeação? Deixar a bela escola e os belos alunos e colegas ou ficar? O incerto não quis assim permanecer!
Antes de partir, correção de redações! A declaração de amor à terra!
— Sinto saudade de ver o pôr-do-sol tomando chimarrão com meus pais e irmãos.
— Gosto da época das colheitas, de voltar para casa muito cansado e suado, mas feliz.
— Gosto de andar de cavalo pelo campo fora.
Também estou longe da minha terra natal! Também sinto saudades da família e das galinhas! Por isso choro, de felicidade! Sou como vocês, queridos alunos! Saí com o objetivo de ganhar a vida, hoje aqui estou! Ganharão a vida, com toda a certeza!
Hoje! Escola Municipal Santa Rita de Cássia, Gravataí.
Turmas com características de EJA, no Ensino Médio regular.
Pergunta:
- Quando cai a noite, o que vocês mais querem?
Surpresa:
- Esquecer do meu dia! Que não fiz nada! De contar as moedas para poder viver! Nunca trabalhei, só fico em casa!
Assim vou te conhecendo, querida aluna! Trabalhas muito, sim! Serviço de casa é dobrado! Mas se queres um trabalho fora para melhorar a renda no lar, se assim queres também como satisfação pessoal, aí está: estudo.
Resultado final
A vida caminha!
Ando também!
Não com duas pernas
Mas com muitas!
Fui criada no meio das galinhas e patos e plantas e árvores... a manifestação da natureza externa também ficou interna!
Fui criada no meio do povo, do trabalhar e do pouco ganhar, dos colegas que chegavam na escola com fome e dela saíam sem.
Fui criada no meio de lares em que mulheres trabalhavam em casa e os homens fora.
Gostei muito de trabalhar na Escola Técnica Agropecuária Visconde, em São Leopoldo, na Feitoria. Lá fiquei por menos de um mês, mas no painel da experiência docente e de vida, lá permanecerei para sempre!
Escola linda, rodeada de natureza por todos os lados! Alunos internos, com estudos anteriores fracos, mas fortes na questão da terra, e por ela seriam fortes nos estudos. Alunos que declamavam! Através deles voltei a declamar. Aulas inesquecíveis! A gramática e a declamatória, palmas e palavras.
Amarga opção! Permanecer no contrato ou ir ao encontro da nomeação? Deixar a bela escola e os belos alunos e colegas ou ficar? O incerto não quis assim permanecer!
Antes de partir, correção de redações! A declaração de amor à terra!
— Sinto saudade de ver o pôr-do-sol tomando chimarrão com meus pais e irmãos.
— Gosto da época das colheitas, de voltar para casa muito cansado e suado, mas feliz.
— Gosto de andar de cavalo pelo campo fora.
Também estou longe da minha terra natal! Também sinto saudades da família e das galinhas! Por isso choro, de felicidade! Sou como vocês, queridos alunos! Saí com o objetivo de ganhar a vida, hoje aqui estou! Ganharão a vida, com toda a certeza!
Hoje! Escola Municipal Santa Rita de Cássia, Gravataí.
Turmas com características de EJA, no Ensino Médio regular.
Pergunta:
- Quando cai a noite, o que vocês mais querem?
Surpresa:
- Esquecer do meu dia! Que não fiz nada! De contar as moedas para poder viver! Nunca trabalhei, só fico em casa!
Assim vou te conhecendo, querida aluna! Trabalhas muito, sim! Serviço de casa é dobrado! Mas se queres um trabalho fora para melhorar a renda no lar, se assim queres também como satisfação pessoal, aí está: estudo.
Resultado final
A vida caminha!
Ando também!
Não com duas pernas
Mas com muitas!
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