Minha trajetória docente
Descrevo, aqui, minha trajetória de vida e trajetória docente, pois ambas estão ligadas entre si. Passei minha infância em Arroio dos Ratos, onde morava com meus avós e tenho recordações muitas boas deste tempo. Lembro de muitas brincadeiras com primos e colegas. Foi lá que aprendi a ler e escrever e, desde cedo, já brincava de ser professora com amigas e bonecas. Ainda me lembro, com saudades, da minha primeira professora. Era uma moça bem miúda, mas muito carinhosa com os seus alunos.
Quando tinha 11 anos e cursava a 5ª série, meus avós estavam com problemas de saúde, então resolvemos mudar para cidade de Charqueadas, onde meus pais moravam e assim cuidariam de meus avós. Até hoje lembro do meu primeiro dia de aula numa escola nova. Era uma manhã de agosto, retorno das férias de julho e eu estava com medo do que iria enfrentar, pois toda e qualquer mudança de rotina sempre me causaram insegurança. Não conhecia ninguém naquela escola, fiquei num canto acuada, vendo os demais colegas conversando e rindo entre si, sem me darem a mínima atenção. Até hoje lembro de cada detalhe daquele dia e, toda vez que recebo, na minha escola, um aluno novo, procuro apresentá-lo aos colegas e conversar sobre a importância de acolher bem este novo colega. Acho que a experiência de troca de escola me deixou traumatizada. Após a primeira impressão que tive, fiz amizade com uma colega também tinha vindo de outra cidade, quase na mesma época. Ficamos muito amigas, pois éramos muito tímidas. Com o tempo, fui me acostumando com a nova cidade, tendo novas amizades e também passei a gostar muito da minha escola, colegas e professores. Nesta escola terminei o ensino fundamental ( 1º grau) e fui fazer o curso Magistério numa cidade próxima, pois na minha, não tinha este curso. Várias colegas de minha turma também foram estudar lá, e, para nós, era uma aventura todos os dias pegar o ônibus, estudar e voltar para casa cheia de trabalhos de didática (principalmente), pois iríamos ser professoras. Além de ser um grande sonho e orgulho para todos os pais.
Minha família não tinha posses, meus pais trabalhavam bastante para dar estudo para mim e meus irmãos. Muitas meu pai contava que recebia críticas de seus colegas de trabalho. Eles diziam que para mulher não se dava estudo, elas deveriam ser criadas para casar. Mas meu pai sempre foi uma pessoa inteligente e com pensamento diante do seu tempo, não se deixando influenciar por estes colegas, sendo persiste na idéia de nos dar estudo para termos uma profissão que garantisse nosso futuro.
Fiz estágio com uma turma de 3ª série e adorei meus alunos. Foi muito difícil deixá-los após o fim do estágio. Em agosto de 1979 me formei professora de das séries iniciais e, em seguida, consegui um contrato na Prefeitura para trabalhar com o pré-escolar, gostava muito de meus aluninhos e procurei fazer vários cursos e reunir vários materiais para dar uma boa aula. Lembro-me que a aula tinha uma rotina: 1º - oração; 2º hora da novidade ( cada um contava o que tinha acontecido no dia anterior, inclusive eu); 3º atividades que envolvessem motricidade fina e ampla, esquema corporal, freio inibitório, etc.; 4º atividades com música e gestos; 5º brincadeiras dirigidas ou desenho livre. Foi um tempo muito bom, aprendi muito com as crianças. Adorava preparar as aulinhas ( não sei trabalhar sem planejamento) e também gostava da relação que tinha com os pais dos alunos que, muitas vezes, contavam-me até assuntos particulares. Desde cedo comecei a perceber que as pessoas têm necessidade de alguém para conversar, serem ouvidas e até aconselhadas.
A escola a qual trabalhava era anexo de outra, mas já não comportava tantos alunos, por isso, a Prefeitura Municipal viu-se obrigada a reformar e aumentar o prédio, criando uma escola nova que recebeu o nome Escola Municipal Profª Maria de Lourdes Freitas de Andrade (nome em homenagem a primeira professora do Município de Charqueadas, que morreu aos 35 anos após ter tido um filho). Neste tempo de criação da nova Escola, eu casei e fui morar bem próximo a esta escola. Trabalhava com a 1ª série e, pela primeira vez, alfabetizei vinte alunos. Quando recebi a turma, preocupei-me muito, tinha várias dúvidas: e se eles não conseguissem ler? o que eu faria? o traçado da minha letra será que era correto? Passei a buscar informações com professoras mais experientes, para poder desenvolver meu trabalho. Sempre tive muita preocupação com o aluno, pois, nós, professores temos que encarar com seriedade a responsabilidade a tarefa que nos é dada. Lidamos com seres humanos e vamos formá-los para serem pessoas capazes de fazer a diferença numa sociedade em constante movimento. Com esta série trabalhei dois anos seguidos, sendo que, no ano seguinte, fui escolhida para assumir a Coordenação Pedagógica do CAT, pois a coordenadora iria se afastar por motivo de doença.
Novamente lá estava eu, enfrentando um novo desafio. Esta outra função me deixou bastante apreensiva, tive que estudar bastante as leis, participar de várias reuniões com a secretaria de educação, fazer sessões de estudo, mas durante aquele ano me saí bem, melhor do que esperava. Em seguida, afastei-me da escola, pois nasceu meu primeiro filho, Alexandre. Quando retornei da licença gestante, voltei a assumir a Coordenação Pedagógica. Porém minha vida profissional sofreria outra mudança. A diretora da minha escola foi destituída do cargo e a vice assumiu, então, deveria ser escolhida outra vice-diretora. A diretora resolveu fazer uma votação entre os professores para a escolha da vice. Fui escolhida quase que por unanimidade, assim assumi outra função em minha trajetória docente. Toda comunidade escolar gostou de nossa administração, e fomos reeleitas três vezes. Eu e minha colega éramos muito parceiras, enfrentamos bastantes dificuldades, pois nossa comunidade era muito exigente, mas sempre procuramos desenvolver um trabalho coletivo voltado ao bem estar do educando.
Nesta época, comecei a cursar Pedagogia, na FAPA, com especialidade em Orientação Educacional. Quando estava no último ano de faculdade nasceu meu segundo filho, Rafael. No período da licença fazia trabalhos em casa e mandava para serem avaliados pelos professores. Pensei em desistir de estudar e voltar quando meu filho estivesse maior, mas meu marido me incentivou a continuar, pois faltava pouco tempo, somente o estágio, e ele me ajudaria com o bebê. Realmente ele tinha razão e, com sua ajuda, consegui fazer meu estágio na Orientação Educacional do Colégio Concórdia, no turno da noite, onde desenvolvi um trabalho voltado à orientação profissional dos alunos. Em 1990, meu filho estava com nove meses e bem sadio. Foram meses de bastante atividade em que eu me dividia entre trabalho, estágio e cuidar da família. Graças a Deus, meus pais e meus
sogros sempre me ajudaram muito nestes momentos.
Depois de formada passei a trabalhar na Orientação Educacional e foi uma experiência muito enriquecedora trabalhar com adolescentes, poder conhecer suas ansiedades, ouvi-los falar e aconselhá-los. Neste período fui nomeada para a Escola Estadual Mineiro Nicácio Machado, onde assumi uma 2ª série de março a dezembro. No ano seguinte, iniciei assumindo a Coordenação Pedagógica da mesma escola no turno da manhã. Como já havia trabalhado nesta função, não tive maiores dificuldades para realizar meu trabalho. Embora a escola fosse bastante tradicional, tentei implantar, juntamente com a coordenadora do turno da tarde, algumas inovações que, a princípio não foram bem aceitas pelos professores, mas aos poucos todas se engajaram no trabalho a ser desenvolvido. Trabalhei dois anos nesta função e, então, assumi a vice-direção da escola estadual, passando a trabalhar o dia todo e, na escola municipal, meu turno passou para a noite. Trabalhar à noite na Orientação Educacional com alunos adultos também foi muito bom. Eu tinha períodos todas as semanas com as turmas, onde abordava assuntos de conhecimento pessoal, valores, debates de temas da atualidade e orientação vocacional e profissional. A escola noturna é uma escola atípica, os alunos geralmente trabalham durante o dia e vêm cansados para a sala de aula com o objetivo de recuperar o tempo perdido. Embora haja uma grande evasão escolar durante a noite, os alunos que se mantêm devem ser incentivados a não desistirem. No ano de 2000, fui eleita Diretora da Escola Estadual Nicácio Machado pela comunidade escolar, onde permaneço até hoje. Muitos desafios foram enfrentados, trabalho muitas vezes não reconhecido, mas isto faz parte de nossa vida de profissional. A partir de 2002, assumi a Vice-direção da Escola Municipal no turno da noite.
Minha vida de educadora sempre foi direcionada a trabalhos administrativos e de liderança. Sempre trabalhei muito e, em alguns momentos, cheguei a colocar o trabalho em primeiro lugar na minha vida, o que me custou alguns aborrecimentos na vida particular. Hoje meus filhos já estão grandes. Penso que, como mãe, desempenhei meu papel, embora às vezes distante por motivo de trabalho, dei-lhes o carinho necessário e procurei, com qualidade, sanar os momentos de ausência. Meu filho Alexandre sempre foi muito estudioso e cresceu com objetivos bem definidos, estuda Engenharia Elétrica na UFRGS, que era seu grande sonho. O mais novo, Rafael, também sempre foi um bom aluno na escola, é muito decidido, franco e crítico, está no último ano do Ensino Médio profissionalizante de Eletro-mecânica e faz SENAI na cidade de Triunfo. Meu marido se forma em no curso de Direito, em agosto, e temos vários planos quanto ao seu futuro profissional.
Gosto muito do que faço, sou educadora por natureza, tudo que temos adquirimos com nosso trabalho, não me queixo do salário, claro, que não trabalho por esporte, mas me realizo nesta profissão. Amo ver os alunos chegando todos os dias na escola e os pais nos procurando para conversar. Educar é dedicar-se de corpo e alma. É amar o aluno que recebemos, é uma dedicação quase que total.
Esta é a minha trajetória docente, amo o que faço, e procuro sempre cumprir com as responsabilidades da função exercida e como diz Fernando Pessoa: ¨Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.A vida de professor é um constante desafio, feito de momentos bons e maus, mas isto faz com que não fiquemos estagnadas, estamos sempre construindo e reconstruindo nossa vida num constante aprendizado.
Descrevo, aqui, minha trajetória de vida e trajetória docente, pois ambas estão ligadas entre si. Passei minha infância em Arroio dos Ratos, onde morava com meus avós e tenho recordações muitas boas deste tempo. Lembro de muitas brincadeiras com primos e colegas. Foi lá que aprendi a ler e escrever e, desde cedo, já brincava de ser professora com amigas e bonecas. Ainda me lembro, com saudades, da minha primeira professora. Era uma moça bem miúda, mas muito carinhosa com os seus alunos.
Quando tinha 11 anos e cursava a 5ª série, meus avós estavam com problemas de saúde, então resolvemos mudar para cidade de Charqueadas, onde meus pais moravam e assim cuidariam de meus avós. Até hoje lembro do meu primeiro dia de aula numa escola nova. Era uma manhã de agosto, retorno das férias de julho e eu estava com medo do que iria enfrentar, pois toda e qualquer mudança de rotina sempre me causaram insegurança. Não conhecia ninguém naquela escola, fiquei num canto acuada, vendo os demais colegas conversando e rindo entre si, sem me darem a mínima atenção. Até hoje lembro de cada detalhe daquele dia e, toda vez que recebo, na minha escola, um aluno novo, procuro apresentá-lo aos colegas e conversar sobre a importância de acolher bem este novo colega. Acho que a experiência de troca de escola me deixou traumatizada. Após a primeira impressão que tive, fiz amizade com uma colega também tinha vindo de outra cidade, quase na mesma época. Ficamos muito amigas, pois éramos muito tímidas. Com o tempo, fui me acostumando com a nova cidade, tendo novas amizades e também passei a gostar muito da minha escola, colegas e professores. Nesta escola terminei o ensino fundamental ( 1º grau) e fui fazer o curso Magistério numa cidade próxima, pois na minha, não tinha este curso. Várias colegas de minha turma também foram estudar lá, e, para nós, era uma aventura todos os dias pegar o ônibus, estudar e voltar para casa cheia de trabalhos de didática (principalmente), pois iríamos ser professoras. Além de ser um grande sonho e orgulho para todos os pais.
Minha família não tinha posses, meus pais trabalhavam bastante para dar estudo para mim e meus irmãos. Muitas meu pai contava que recebia críticas de seus colegas de trabalho. Eles diziam que para mulher não se dava estudo, elas deveriam ser criadas para casar. Mas meu pai sempre foi uma pessoa inteligente e com pensamento diante do seu tempo, não se deixando influenciar por estes colegas, sendo persiste na idéia de nos dar estudo para termos uma profissão que garantisse nosso futuro.
Fiz estágio com uma turma de 3ª série e adorei meus alunos. Foi muito difícil deixá-los após o fim do estágio. Em agosto de 1979 me formei professora de das séries iniciais e, em seguida, consegui um contrato na Prefeitura para trabalhar com o pré-escolar, gostava muito de meus aluninhos e procurei fazer vários cursos e reunir vários materiais para dar uma boa aula. Lembro-me que a aula tinha uma rotina: 1º - oração; 2º hora da novidade ( cada um contava o que tinha acontecido no dia anterior, inclusive eu); 3º atividades que envolvessem motricidade fina e ampla, esquema corporal, freio inibitório, etc.; 4º atividades com música e gestos; 5º brincadeiras dirigidas ou desenho livre. Foi um tempo muito bom, aprendi muito com as crianças. Adorava preparar as aulinhas ( não sei trabalhar sem planejamento) e também gostava da relação que tinha com os pais dos alunos que, muitas vezes, contavam-me até assuntos particulares. Desde cedo comecei a perceber que as pessoas têm necessidade de alguém para conversar, serem ouvidas e até aconselhadas.
A escola a qual trabalhava era anexo de outra, mas já não comportava tantos alunos, por isso, a Prefeitura Municipal viu-se obrigada a reformar e aumentar o prédio, criando uma escola nova que recebeu o nome Escola Municipal Profª Maria de Lourdes Freitas de Andrade (nome em homenagem a primeira professora do Município de Charqueadas, que morreu aos 35 anos após ter tido um filho). Neste tempo de criação da nova Escola, eu casei e fui morar bem próximo a esta escola. Trabalhava com a 1ª série e, pela primeira vez, alfabetizei vinte alunos. Quando recebi a turma, preocupei-me muito, tinha várias dúvidas: e se eles não conseguissem ler? o que eu faria? o traçado da minha letra será que era correto? Passei a buscar informações com professoras mais experientes, para poder desenvolver meu trabalho. Sempre tive muita preocupação com o aluno, pois, nós, professores temos que encarar com seriedade a responsabilidade a tarefa que nos é dada. Lidamos com seres humanos e vamos formá-los para serem pessoas capazes de fazer a diferença numa sociedade em constante movimento. Com esta série trabalhei dois anos seguidos, sendo que, no ano seguinte, fui escolhida para assumir a Coordenação Pedagógica do CAT, pois a coordenadora iria se afastar por motivo de doença.
Novamente lá estava eu, enfrentando um novo desafio. Esta outra função me deixou bastante apreensiva, tive que estudar bastante as leis, participar de várias reuniões com a secretaria de educação, fazer sessões de estudo, mas durante aquele ano me saí bem, melhor do que esperava. Em seguida, afastei-me da escola, pois nasceu meu primeiro filho, Alexandre. Quando retornei da licença gestante, voltei a assumir a Coordenação Pedagógica. Porém minha vida profissional sofreria outra mudança. A diretora da minha escola foi destituída do cargo e a vice assumiu, então, deveria ser escolhida outra vice-diretora. A diretora resolveu fazer uma votação entre os professores para a escolha da vice. Fui escolhida quase que por unanimidade, assim assumi outra função em minha trajetória docente. Toda comunidade escolar gostou de nossa administração, e fomos reeleitas três vezes. Eu e minha colega éramos muito parceiras, enfrentamos bastantes dificuldades, pois nossa comunidade era muito exigente, mas sempre procuramos desenvolver um trabalho coletivo voltado ao bem estar do educando.
Nesta época, comecei a cursar Pedagogia, na FAPA, com especialidade em Orientação Educacional. Quando estava no último ano de faculdade nasceu meu segundo filho, Rafael. No período da licença fazia trabalhos em casa e mandava para serem avaliados pelos professores. Pensei em desistir de estudar e voltar quando meu filho estivesse maior, mas meu marido me incentivou a continuar, pois faltava pouco tempo, somente o estágio, e ele me ajudaria com o bebê. Realmente ele tinha razão e, com sua ajuda, consegui fazer meu estágio na Orientação Educacional do Colégio Concórdia, no turno da noite, onde desenvolvi um trabalho voltado à orientação profissional dos alunos. Em 1990, meu filho estava com nove meses e bem sadio. Foram meses de bastante atividade em que eu me dividia entre trabalho, estágio e cuidar da família. Graças a Deus, meus pais e meus
sogros sempre me ajudaram muito nestes momentos.
Depois de formada passei a trabalhar na Orientação Educacional e foi uma experiência muito enriquecedora trabalhar com adolescentes, poder conhecer suas ansiedades, ouvi-los falar e aconselhá-los. Neste período fui nomeada para a Escola Estadual Mineiro Nicácio Machado, onde assumi uma 2ª série de março a dezembro. No ano seguinte, iniciei assumindo a Coordenação Pedagógica da mesma escola no turno da manhã. Como já havia trabalhado nesta função, não tive maiores dificuldades para realizar meu trabalho. Embora a escola fosse bastante tradicional, tentei implantar, juntamente com a coordenadora do turno da tarde, algumas inovações que, a princípio não foram bem aceitas pelos professores, mas aos poucos todas se engajaram no trabalho a ser desenvolvido. Trabalhei dois anos nesta função e, então, assumi a vice-direção da escola estadual, passando a trabalhar o dia todo e, na escola municipal, meu turno passou para a noite. Trabalhar à noite na Orientação Educacional com alunos adultos também foi muito bom. Eu tinha períodos todas as semanas com as turmas, onde abordava assuntos de conhecimento pessoal, valores, debates de temas da atualidade e orientação vocacional e profissional. A escola noturna é uma escola atípica, os alunos geralmente trabalham durante o dia e vêm cansados para a sala de aula com o objetivo de recuperar o tempo perdido. Embora haja uma grande evasão escolar durante a noite, os alunos que se mantêm devem ser incentivados a não desistirem. No ano de 2000, fui eleita Diretora da Escola Estadual Nicácio Machado pela comunidade escolar, onde permaneço até hoje. Muitos desafios foram enfrentados, trabalho muitas vezes não reconhecido, mas isto faz parte de nossa vida de profissional. A partir de 2002, assumi a Vice-direção da Escola Municipal no turno da noite.
Minha vida de educadora sempre foi direcionada a trabalhos administrativos e de liderança. Sempre trabalhei muito e, em alguns momentos, cheguei a colocar o trabalho em primeiro lugar na minha vida, o que me custou alguns aborrecimentos na vida particular. Hoje meus filhos já estão grandes. Penso que, como mãe, desempenhei meu papel, embora às vezes distante por motivo de trabalho, dei-lhes o carinho necessário e procurei, com qualidade, sanar os momentos de ausência. Meu filho Alexandre sempre foi muito estudioso e cresceu com objetivos bem definidos, estuda Engenharia Elétrica na UFRGS, que era seu grande sonho. O mais novo, Rafael, também sempre foi um bom aluno na escola, é muito decidido, franco e crítico, está no último ano do Ensino Médio profissionalizante de Eletro-mecânica e faz SENAI na cidade de Triunfo. Meu marido se forma em no curso de Direito, em agosto, e temos vários planos quanto ao seu futuro profissional.
Gosto muito do que faço, sou educadora por natureza, tudo que temos adquirimos com nosso trabalho, não me queixo do salário, claro, que não trabalho por esporte, mas me realizo nesta profissão. Amo ver os alunos chegando todos os dias na escola e os pais nos procurando para conversar. Educar é dedicar-se de corpo e alma. É amar o aluno que recebemos, é uma dedicação quase que total.
Esta é a minha trajetória docente, amo o que faço, e procuro sempre cumprir com as responsabilidades da função exercida e como diz Fernando Pessoa: ¨Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.A vida de professor é um constante desafio, feito de momentos bons e maus, mas isto faz com que não fiquemos estagnadas, estamos sempre construindo e reconstruindo nossa vida num constante aprendizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário