“o trabalho biográfico sobre si mesmo dá início à aprendizagem da implicação permanentemente em jogo, no trabalho individual e no trabalho coletivo” (JOSSO, 2004, p. 219)
O Memorial Formativo tem sido cada vez mais utilizado enquanto ferramenta e instrumento em cursos e percursos formativos devido sua natureza reflexiva, na perspectiva do “professor reflexivo”.
A escrita de si - através da escrita de um Memorial - não se esgota em si mesma, ela estende suas fronteiras para além de si, como processo formativo e reflexivo, já que "a apropriação que cada pessoa faz do seu patrimônio existencial, através de uma dinâmica da compreensão retrospectiva, é fator de formação" (OLIVEIRA, 1998, p.9). O relato de si é reflexão de si, é formação. Trata-se, como destaca a autora, da "instalação de uma outra cultura na formação de professores [: a] cultura do professor reflexivo" (p.10).
Assim sendo, o exercício de produção de Memoriais é uma plataforma de lançamento à reflexão sobre si mesmo e um dispositivo privilegiado para a compreensão do processo de formação pessoal e profissional. Essa é uma perspectiva que vem se afirmando progressivamente nos espaços de formação continuada, à medida que toma as narrativas como gêneros discursivos privilegiados para os educadores escreverem suas histórias e comunicarem os seus saberes e conhecimentos.
A elaboração de Memoriais Formativos tem como objetivo proporcionar um contexto de produção que instigue cada professor em formação a re(vi)ver seu percurso. Re(vi)ver a trajetória escolar e refletir sobre o desenvolvimento profissional, já que somos profissionais que não deixamos a escola ou outros espaços de formação – enquanto lugar de formação e de atuação profissional –, se consolidando numa experiência importante para ressignificar algumas memórias escolares e (re)pensar as aprendizagens e suas condições de produção.
A produção de Memoriais na formação inicial e continuada permite que aquele que escreve reconheça o seu “saber que sabe”, isto é, a percepção crítica das possibilidades, limites, implicações e compromissos. Nesse sentido, quando tomamos consciência desse “saber que sabe” já não poderemos recusar-nos em tomar posição diante da realidade. E se consideramos que o desenvolvimento pessoal e profissional são processos inter-relacionados, a escrita de memoriais nos processos formativos representa uma atividade privilegiada, porque potencializadora do conhecimento de si e do outro, da própria vida e do próprio trabalho.
Em outras palavras, a escrita autobiográfica – através do exercício de escrita de um memorial - tem reforçado que o registro de nossas lembranças e reminiscências mais significativas se faz importante pela possibilidade que inaugura de darmos sentido à nossa trajetória e projetarmos uma direção ao que ainda pretendemos construir e experimentar como aprendentes e mestres.
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29 comentários:
Porque como diz o texto, o professor adquire uma cultura de professor reflexivo, revivendo seu percurso, registrando suas lembranças com isto dando um sentido a nossa trajetória de vida e profissional, esquecendo as pedras do caminho e juntando as flores que apesar de tudo, são muitas ao longo de nossa vida
Por favor, solicito que disponibilize as referências do texto.
e-mail:lanuzalima@gmail.com
Essa perspectiva reflexiva que a prática do memorial nos permite,traz uma riqueza de avialiação e implicação com nosso percurso acadêmico. Olhar para aquilo que estamos produzindo,num viés fenomenológico,pode permitir que novos rumos iluminem a nossa caminhada. Então,depois de tantas referências, vamos nos deparar com nossa autoria, com nosso estilo de trabalhar, no meu caso com a Psicologia.
Gaio Fontella ( Formando em Psicologia, 2011, UFRGS)
Essa " proposta" nos permite um auto reconhecimento de si mesmo e da nossa prática,permitindo rever, reconhecer e desamarrar " nós", que através dessa ação comunicativa de reconhecimento nos leva a compreender ações significativas com o outro. O ensinar visando o aprender poderá ter um sentido diferente e eficaz diante dessa perspectiva.
Essa " proposta" nos permite um auto reconhecimento de si mesmo e da nossa prática,permitindo rever, reconhecer e desamarrar " nós", que através dessa ação comunicativa de reconhecimento nos leva a compreender ações significativas com o outro. O ensinar visando o aprender poderá ter um sentido diferente e eficaz diante dessa perspectiva.
Essa " proposta" nos permite um auto reconhecimento de si mesmo e da nossa prática,permitindo rever, reconhecer e desamarrar " nós", que através dessa ação comunicativa de reconhecimento nos leva a compreender ações significativas com o outro. O ensinar visando o aprender poderá ter um sentido diferente e eficaz diante dessa perspectiva.
Tudo o que vivemos é significativo, serve para o nosso crescimento, seja pessoal ou profissional. Pensando assim, produzir um memorial, fortalece os vínculos de nossa história de vida, reforça o que foi marcante, seja nos momentos alegres ou tristes, sendo útil para que possamos ter a mente aberta ao que os outros estão vivendo e sentindo. Assim podemos adequar nosso discurso fazendo com que alcance os mais diversos públicos, melhorando nossa experiência como mestres.
A escrita de um memorial nos leva à refletir sobre nossas vivências, de como fomos ensinados e como estamos ensinando hoje.Acredito que essa reflexão nos permite avaliar nossa prática pedagógica e assim escolher um percurso mais significante para o processo de aprendizagem de nossos alunos.
Nossa vida é uma caixinha de surpresas, todos os dias estamos aprendendo algo,fazendo um memorial podemos mostrar a outras pessoas aquilo que talvez elas não conheçam ou pensem não ser importante.As experiências adquiridas ficam salvas do esquecimento.O memorial descreve a nossa vida,nossas atitudes, as metas e realizações como profissional e como ser humano.
O Memorial é um belo recurso para abrir-se a si mesmo ao debate, a filosofia, ao pensar e refletir. É um bom momento de "rever" sobre muitíssimas coisas e simplesmente fazer a mente "pensar".
O auto conhecimento é necessário para assim refletirmos a epistemologia do nosso existir até o momento, as nossas decisões e de como chegamos até aqui.É um momento especial e que bem empregado também poderiam ser utilizados na comunidade escolar, com os servidores, corpo docente e em especial com os nossos alunos, mesmo com os menores, é um exercício filosófico e social da vida.
A escrita do Memorial nos leva a refletir sobre nossa caminhada emocional e profissional, diante de todos os desafios que enfrentamos todos os dias. Eu como Orientadora Educacional de uma escola grande da rede pública enfrento todos os dias questões que vão muito além do pedagógico e cognitivo de meus alunos. Atendendo sempre um grande número de pessoas e questões que as famílias acabam por trazer para dentro das nossas escolas, percebendo assim que tudo o que faço e falo direciona as pessoas, tornando o meu trabalho de uma responsabilidade além de educacional e muito mais social.Não há dúvida que todas estas práticas nos leve a refletir enquanto docentes e esse momento é especial pois me leva a refletir sobre minha pessoa, os meus atos e futuras ações...
Cada vez que um professor para pra refletir ,acontecimentos e visões que percebe no dia a dia, ele começa a dar um sentido de reflexão sobre os acontecimentos, assim podendo, a partir da reflexão, formular no novas visões que muitas vezes de vários ângulos, o acontecimento. E a prática memorial, nos enriquece com novos saberes e novos rumos.
Acredito que, é necessário refletir sobre a nossa própria trajetória de vida para que muitas vezes entendemos o motivo que nos leva a tomar certas atitudes diante de fatos que enfrentamos em nosso cotidiano.
Descobriremos com nossos relatos o verdadeiro motivo de estarmos aqui. E tomaremos nosso rumo para uma educaçao melhor.
A escrita de um memorial fortalece os vínculos de nossa história de vida. Acredito que essa reflexão nos permite avaliar nossa prática pedagógica e assim rever nossas atitudes no cotidiano e ao planejarmos nossas aulas, pensaremos como atingir nossos objetivos em prol da aprendizagem significativa do aluno.
A escrita de um memorial sobre a "sua" ou "nossa" vida, nos traz muita informação que já possa estar meio esquecida lá no cantinho. Muitas vezes nos questionamos a respeito de alguns comportamentos de alunos, quando não nos damos conta que talvez éramos assim também quando tínhamos aquela idade. Acredito que esta escrita nos faz reviver alguns momentos que passamos e que foram de extrema importância para nós e que hoje, vendo esta etapa da nossa vida com outros olhos, conseguimos compreender certos aspectos da vida escolar quanto pessoal.
Acredito que nenhum professor consiga estabelecer uma relação próxima do aluno se não conhece o mínimo da sua história de vida. Porém para que isso aconteça é necessário que o professor seja um agente transformador, mas para se tornar este agente é preciso que o professor tenha em mente que se deve ter constantemente uma prática reflexiva de suas ações pedagogicas tanto em sala de aula quanto em suas formações continuadas, pois só se aprimora suas práticas observando e avaliando a própria caminhada, e para que todo este processo aconteça é preciso que se faça uma auto reflexão, então resume-se ai a importância do memorial, pois ter um olhar pessoal a respeito das próprias práticas nem sempre é fácil!!!
A escrita do memorial é um reportar ao nosso passado,fazendo uma retrospectiva da nossa carreira,refletindo através de registros das experiencias positivas e negativas da nossa prática pedagógicas.
e assim buscar novos horizontes para enriquecer nossa formação.
A escrita do memorial é um reportar ao nosso passado,fazendo uma retrospectiva da nossa carreira,refletindo através de registros das experiencias positivas e negativas da nossa prática pedagógicas.
e assim buscar novos horizontes para enriquecer nossa formação.
Entendo que a escrita do memorial enfatiza o professor como sujeito construtor da própria história, possibilitando a reflexão do cotidiano, as práticas individuais e a constituição do saber. É o fio condutor de nossa vida profissional, é trazer à reflexão os contornos, os acertos, as vitórias, as escolhas, as dúvidas de nossa trajetória. Em fim é a oportunidade de registrar as reflexões sobre vários omentos da nossa formação e com a prática pedagógica.
a escrita do memorial nos proporciona a oportunidade de refletir sobre nossa trajetoria ate aqui, as boas lembranças mas tambem atitudes que precisam ser melhporadas e repensadas. Repensar nossas vivencias pode ser uma valiosa experienciae assim contribuir para o aperfeiçoamento de nosso trabalho.
Segundo o que informa o texto, escrever um memorial é relatar toda uma trajetória da própria vida, ou seja, relatar lembranças e experiências positivas ou negativas; as escolhas que fazemos e por fim, expor uma reflexào das nossas decisòes.
O conhecer sobre si mesmo nos arrebata e permite que nos transformemos naquilo que buscamos, o conhecimento só faz sentido quando o reconhecemos em nós mesmos, veja esse trecho publicado no blog por Michel Aires de Souza em A filosofia como conhecimento de si mesmo.
“...Por meio de perguntas Sócrates interpelava os transeuntes em praça pública e ali discutia os mais diversos assuntos: O que é o bem? O que é a justiça? O que é a virtude? Toda sua filosofia estava a serviço do conhecimento do homem e de sua vida moral. Seu espiritualismo afirmava-se no “conheça-te a ti mesmo”. Essa mensagem estava escrita no templo de Apolo. O conhecimento de si mesmo implicava o conhecimento de nossas ações, de nossos desejos e de nossa vida moral. Para ele, a sabedoria consistia em vencer a si mesmo e a ignorância em ser vencido por si mesmo. ...”
Vemos que muitas vezes podemos ser nosso maior inimigo!
Escrever um memorial é um exercício de retomada de trajetória de vida. É um processo reflexivo da caminhada pessoal e profissional que tivemos e, com certeza é uma experiência que avalia está história de vida.
Escrever um memorial é um exercício de retomada de trajetória de vida. É um processo reflexivo da caminhada pessoal e profissional que tivemos e, com certeza é uma experiência que avalia está história de vida.
Permite ao professor fazer reflexão de sua caminhada, uma retomada dos pontos principais de sua carreira, verificando também pontos em que possa aprimorar-se, permite avaliar a importância de "Ser" professor, sendo acima de tudo intercessor de conhecimento em condições de passar ao educando algo que faça a diferença que propulsione o aluno a ir adiante tornando-se um cidadão participativo e atuante na sociedade.
Sou da Universidade Federal do Pará,e estou fazendo um memorial sobre minha vida pessoal,profissional e acadêmica.É muito bom reviver o passado e poder ver o quanto a educação nos transforma,tornando uma professora capacitada para os nossos alunos.
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